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O ADULTO, UM PARCEIRO ESPECIAL

Alma Helena A. Silva
Eliane F. Costa
Berçário
Maternal

O adulto facilita à criança explorar o ambiente e socializar-se

 

Nos primeiros anos de vida de uma criança, mesmo tendo a oportunidade de conviver com outras crianças e adultos, ela ainda não tem noção de que é uma pessoa e que as demais crianças são outras pessoas. Por isso, acredita que o mundo gira em torno dela e de suas necessidades.

Aos poucos, conforme vai interagindo com o ambiente em que vive e com outras pessoas, adultos ou crianças, ela vai percebendo que nesse mesmo espaço existe o outro. Esse outro pode disputar o mesmo brinquedo, o mesmo espaço e até mesmo o colo do adulto.

Muitas vezes a luta por aquilo que a criança acredita ser seu acaba em choros, mordidas, ou simplesmente em perdas de um para o outro.

É no confronto com esse mundo que ora causa alegrias, ora causa frustrações, que a criança percebe no adulto um parceiro que pode auxiliá-la.

Ela passa a solicitar a ajuda ao adulto para superar as dificuldades que vão aparecendo, como por exemplo o tombo de um barranco, a perda de um brinquedo para o amiguinho. Ou passa a compartilhar com ele algo que representa uma conquista, como por exemplo conseguir subir os degraus de uma escada.

O papel do adulto enquanto parceiro mais experiente é fundamental nessa primeira fase de reconhecimento e exploração do ambiente pela qual a criança passa. Ele deve procurar perceber a dinâmica das relações que estão sendo construídas. E contribuir para que elas se dêem da melhor forma possível, sugerindo trocas ou empréstimos no caso da disputa pelos brinquedos, incentivando a criança a enfrentar desafios e assim por diante.

O educador constrói uma relação com o grupo. Nesse grupo ele constrói também uma relação com cada criança em particular, pois cada um é um. Cada ação do adulto para com uma criança gera uma certa reação; a mesma ação para com outra criança poderá gerar uma reação totalmente diferente.

Isso nos leva a perceber que o choro de um não se tranqüiliza da mesma forma que o do outro. Uma estratégia de conquista que foi eficiente no caso de uma criança pode não ser com outra.

Assim, o adulto e a criança passam a estabelecer uma relação que é única, embora tenha a presença e a influência de outras relações. Essa relação é sujeita a mudanças, à medida que eles descobrem a necessidade disso acontecer.

Na convivência diária, o adulto pode ser uma pessoa que transmite segurança para a criança. Alguém capaz de parar para ouvi-la, valorizar suas perguntas, suas produções, seu potencial. Alguém que seja sincero, autêntico e que respeite suas opiniões. Dessa forma, ele se torna um parceiro com o qual ela pode contar na busca do conhecimento de um mundo grande, novo e interessante.

Conforme o tempo passa, a relação que essa criança construiu com o adulto, com outras crianças e com o ambiente certamente contribuirá para a construção de uma autonomia maior. Ou seja, para que a criança enfrente situações que antes lhe causavam insegurança e para que tome decisões e iniciativas, podendo expressar sem medo aquilo que ela é e o que ela pensa.

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