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AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA FALA E LINGUAGEM

Cacilda Silva Siqueira CRFa. 4174
Christian César Cândido de Oliveira CRFa. 12.117
Geral

De 0 a 6 meses – Nesta fase, os estímulos sensoriais determinam o comportamento do bebê. A audição e a visão são de grande importância neste início de contato com o mundo. Logo no início, o bebê já é capaz de reconhecer e se acalmar com a voz da mãe e, na medida em que o desenvolvimento motor avança, amplia-se sua exploração visual, reconhecendo, inclusive, rostos familiares.

O choro é a primeira manifestação sonora do bebê e surge como resposta à sensação de fome, frio ou outro mal estar. Logo aparecem outros sons (gritos), provavelmente, ligados à sensação de bem estar. A seguir, iniciam-se as vocalizações, predominando a vogal / a /. Por volta do terceiro mês, aparecem as consoantes, que são bem diferentes das suas correspondentes na língua falada. A emissão do / r / gutural, por exemplo, é restrita à este período de vida. Nesta fase não existe intenção comunicativa ligada à este tipo de produção oral.

O bebê está descobrindo as sensações proporcionadas pelo funcionamento do seu corpo. Assim como exercita a musculatura dos seus membros agitando as pernas, também exercita a musculatura dos órgãos da fala neste jogo vocal. É por isso que, neste período, todos os bebês do mundo, incluindo as crianças surdas, emitem os mesmos sons. Somente depois, quando a linguagem começa a se esboçar, que estes sons assumem características da língua falada na família. A emissão dos bebês surdos cessará no final desta fase.

De 6 meses a 1 ano – Entre o sexto e o nono mês, o bebê começa a “balbuciar”, ou seja, produzir silabas. Ouvir a si mesmo é uma brincadeira que lhe dá muito prazer e, por isto, as sílabas são repetidas incansavelmente. Nesta época, a audição tem um papel fundamental, pois, se a criança escuta bem sua própria voz, ela será motivada a prosseguir nesses ensaios.

Além de se ouvir, a criança descobre o prazer de provocar, com suas emissões, reações positivas no adulto. Começa, então uma espécie de diálogo: O adulto responde imitando a criança. Quando ele se cala, a criança repete o som para fazê-lo repetir e escutá-lo novamente. Ao balbuciar “pa pa pa ” ou “ma ma ma”, o bebê não está querendo dizer “papai ou mamãe”, porém, o prazer produzido por este jogo o estimula e, aos poucos, passa a imitar realmente os sons emitidos pelo outro. Não é por acaso que, em quase todas as línguas do mundo, “mama” e “papa” correspondem à pai e mãe, na linguagem infantil.

Em função dessas situações prazerosas, ele vai acumulando experiências auditivas, visuais e motoras, o que, mais tarde lhe permitirão a expressão espontânea.

De 1 a 2 anos – Por volta dos nove meses as imitações se acentuam e, em torno de um ano a um ano e meio, aparecem as primeiras palavras com significado. É nesta fase, a das primeiras palavras, que, normalmente, dá-se um prolongamento semântico, ou seja, o nome representa vários tipos de objetos. “Au au”, por exemplo, representa todos os quadrúpedes: cachorro, cavalo, vaca. A criança usa gestos simples para se comunicar (“tchau”, “dá”), atende ao ser chamada pelo nome e compreende ordens simples que exijam ação (“me dá”, “não quero”).

A capacidade de compreender a linguagem antecede a capacidade de se expressar e, embora ainda não consiga nomeá-los, já é capaz de compreender os nomes dos objetos familiares. Já consegue mostrar, nomeando, as partes do corpo.

Perto dos dois anos começará a produzir frases com duas ou três palavras. Exemplo: “Medo au-au gande”. As orações negativas começam a ser empregadas por meio da palavra não, normalmente, colocada no final do enunciado. Exemplo: ” dumi não”.

De 2 a 3 anos – Por volta dos 2 anos de idade ocorre intenso desenvolvimento da linguagem oral. A criança é capaz de formar frases simples com 3 palavras, usando substantivos e verbos, nomeia figuras, usa os pronomes “eu” e “você” e, praticamente, compreende tudo o que vê e escuta. Se a criança fizer uso de chupeta e/ou mamadeira nesta fase, chegou o momento de retirá-las, pois, o uso, depois deste período, pode causar sérios prejuízos ao alinhamento dos dentes e dos músculos envolvidos na fala.

Por volta dos três anos já é capaz de se comunicar efetivamente, empregar substantivos, verbos no indicativo, adjetivos e preposições. Consegue elaborar pensamentos simples. Inicia-se a fase das perguntas:“O que?”, “Onde?”, “Por que?”.

Embora já seja capaz de produzir quase todos os fonemas (sons), é normal que ainda existam algumas trocas articulatórias como falar “bixiqueta” no lugar de “bicicleta” e a omissão de arquifonemas como por exemplo “pota” no lugar de “porta”.

De 4 a 5 anos – Ao redor dos 4 anos a criança é capaz de reproduzir pequenas sequências de fatos e/ou histórias.

A criança vai à escola e amplia seus contatos com os valores sociais. Pode mudar seu discurso, de acordo com o ouvinte

O fonema / r / de “barata” e “arara”, geralmente, é o último a ser adquirido e, embora, grande parte das crianças já o usem corretamente em torno de quatro anos, a sua aquisição é considerada normal até os seis anos.

 

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